Primeiro
cérebro eletrônico neuromórfico está online
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 23/03/2016
O neurocomputador é formado por uma série de chips híbridos -
analógico-digitais - chamados Spikey.
Neurocomputador
Pesquisadores
da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, vão disponibilizar o acesso via
internet ao seu neurocomputador BrainScales.
Construído
pela equipe do professor Karlheinz Meier para auxiliar na execução do Projeto
Cérebro Humano, o BrainScales
foi o primeiro a comprovar que os processadores
neuromórficos podem superar os processadores digitais.
Neuroprocessadores,
ou processadores
neuromórficos, são
aqueles que tentam imitar o funcionamento do cérebro humano.
"O sistema BrainScales
vai além dos paradigmas de uma máquina de Turing e da arquitetura von Neumann,
ambos projetados durante meados do século 20 pelos pioneiros da computação Alan
Turing e John von Neumann. Ele nem executa uma sequência de instruções, nem é
construído como um sistema de unidades fisicamente separadas de processamento e
memória.
"Ele é mais uma imagem
direta, feita sobre silício, das redes neuronais encontradas na natureza,
imitando células, conexões e comunicações intercelulares por meio da mais
moderna microeletrônica analógica e digital," explicou o professor Meier.
O protótipo mais recente do
neurocomputador é composto por 20 chips chamados Spikey, com um total de
4 milhões de neurônios e 1 bilhão de sinapses.
Compressão do tempo
Esta é a estrutura completa do BrainScales, que foi colocado online.
[Imagem: Universidade de Heidelberg]
Segundo a equipe, processos de
aprendizado e técnicas evolucionárias podem ser emuladas no neurocomputador com
uma aceleração de 1.000 vezes em relação aos mecanismos naturais, "de
forma que um dia biológico pode ser comprimido para 100 segundos na
máquina".
O equipamento está sendo
disponibilizado para uso pela rede de pesquisas do Projeto Cérebro Humano, mas
outras instituições e até mesmo empresas foram convidadas a se juntar ao
esforço e descobrir novos usos para os neuroprocessadores.
Além das pesquisas básicas em inteligência artificial e auto-organização de redes neurais, o
professor Meier afirma que o equipamento será útil para equipes trabalhando com
aprendizado profundo, uma
técnica que empresas como Google e Facebook vêm utilizando para analisar
grandes volumes de dados e qualquer grande simulação de eventos naturais.
Durante o evento no qual foi
anunciada a conexão do BrainScales à internet, a equipe da Universidade
de Manchester, no Reino Unido, responsável pelo desenvolvimento do "cérebro eletrônico SpiNNaker"
anunciou que seu neuroprocessador também está entrando em operação, mas local,
com uma capacidade de processamento comparável à do BrainScales.
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