Nanorrobôs
de DNA controlados instantaneamente com magnetismo
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 14/06/2018
Os nanorrobôs de DNA, aqui com uma considerável licença artística, são
promissores para um sem-número de aplicações. [Imagem: Ella Maru
Studio/Science]
Nanotecnologia robótica
Os robôs de DNA estão entre as nanotecnologias mais
promissoras, sobretudo para uso em biotecnologia e saúde.
O grande inconveniente é que eles
são muito lentos, levando vários minutos para fazer cada movimento ou dar um
passo rumo ao seu objetivo.
Esse problema agora foi superado
com um novo sistema de controle magnético que permite que os robôs e
nanomáquinas feitos de DNA movam-se de forma controlada em uma fração de
segundo.
Ou seja, são dois avanços em um:
o movimento é rápido e cada passo pode ser controlado individualmente, dando um
novo nível de flexibilidade para essas máquinas nanoscópicas e microscópicas.
Isso pode viabilizar várias
visões futurísticas da nanotecnologia, incluindo a fabricação molecular e a
aplicação localizada de medicamentos no corpo humano, entre várias outras.
"Métodos de manipulação em
tempo real, como nossa abordagem magnética, permitem interagir com os
nanodispositivos de DNA que, por sua vez, interagem com moléculas e sistemas
moleculares que podem ser acoplados a esses nanodispositivos em tempo real e
com feedback visual direto," disse o professor Carlos Castro, da
Universidade de Ohio, nos EUA.
Nanorrobôs com controle magnético
O controle magnético dos robôs de
DNA é fruto da mesclagem de duas tecnologias.
A equipe do professor Castro havia
usado a técnica de origami de DNA para dobrar fitas individuais de
DNA e formar ferramentas microscópicas simples, como rotores e dobradiças. Eles
até construíram um "cavalo de Troia" com DNA para levar drogas para
células cancerígenas.
A equipe do professor
Ratnasingham Sooryakumar, por sua vez, desenvolveu pinças magnéticas
microscópicas para movimentar células biológicas, também com vistas a
aplicações biomédicas, como a terapia genética. As pinças são feitas com grupos
de partículas magnéticas que se movem em sincronia para empurrar as células
para onde elas são necessárias.
Embora invisíveis a olho nu,
essas partículas magnéticas são muitas vezes maiores do que as nanomáquinas de
Castro. E foi aqui que a junção das duas equipes encontrou um caminho.
As peças construídas com moléculas de DNA podem ser acopladas para
formar mecanismos maiores e mais complexos. [Imagem: Stephanie Lauback et al. -
10.1038/s41467-018-03601-5]
Do micromundo ao nanomundo
"Descobrimos uma maneira de
tirar proveito do poder das forças magnéticas para sondar o mundo microscópico
- um mundo oculto de complexidade impressionante," disse Sooryakumar.
"Mas nós queríamos fazer a transição do micromundo para o nanomundo. Isso
levou à colaboração com o Dr. Castro. Os desafios eram encolher milhares de
vezes a funcionalidade das nossas partículas, acoplá-las a locais precisos nas
partes móveis das máquinas e incorporar moléculas fluorescentes como faróis
para monitorar as máquinas enquanto elas se movem."
Para isso, as partículas
magnéticas foram incorporadas em minúsculas esferas de poliestireno, às quais
as nanomáquinas são também acopladas, o que permitiu fazer a conexão do
magnetismo com as barras, rotores e dobradiças feitos com origami de DNA.
Ajustando o campo magnético, as
partículas magnéticas movimentam os nanocomponentes para a frente e para trás
ou os faz girar, com os movimentos sendo executados em menos de um segundo. Por
exemplo, o nanorrotor gira 360 graus em cerca de um segundo, enquanto uma
nanodobradiça pôde ser fechada ou aberta em 0,4 segundo, ou mantida em um ângulo
específico com uma precisão de 8 graus.
Bibliografia:
Real-time magnetic actuation of DNA nanodevices via modular integration with stiff micro-levers
Stephanie Lauback, Kara R. Mattioli, Alexander E. Marras, Maxim Armstrong, Thomas P. Rudibaugh, Ratnasingham Sooryakumar, Carlos E. Castro
Nature Communications
Vol.: volume 9, Article number: 1446
DOI: 10.1038/s41467-018-03601-5
Real-time magnetic actuation of DNA nanodevices via modular integration with stiff micro-levers
Stephanie Lauback, Kara R. Mattioli, Alexander E. Marras, Maxim Armstrong, Thomas P. Rudibaugh, Ratnasingham Sooryakumar, Carlos E. Castro
Nature Communications
Vol.: volume 9, Article number: 1446
DOI: 10.1038/s41467-018-03601-5
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