Empresa
anuncia gerador de fusão a frio para 2017
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 11/11/2016
Esquema de uma unidade de fusão a frio que a empresa planeja produzir
quando conseguir os recursos - o protótipo atual, no destaque, é bem menor.
[Imagem: BLP/Divulgação]
Fusão a frio
A chamada "fusão a
frio" - uma reação nuclear capaz de produzir um ganho líquido de energia a
temperatura ambiente - é um dos capítulos mais controversos da ciência.
A novidade surgiu em 1989, quando
Martin Fleishmann e Stanley Pons afirmaram ter verificado a fusão nuclear em um
equipamento de mesa, chamado célula eletrolítica.
Contudo, outros cientistas não
conseguiram reproduzir o experimento e o que se viu a seguir foi uma briga que
pouco tem de científica: como os dois pesquisadores foram ridicularizados pela
comunidade científica, quase ninguém mais se atreveu a colocar a mão na massa e
ver o que havia de real ou de irreal no experimento, sob o risco de também cair
no ridículo.
Agora, uma empresa emergente
norte-americana, chamada BLP - Brilliant Light Power, afirmou que
colocará no mercado em 2017 uma célula eletrolítica que usa água pura como
combustível para gerar energia.
Hidrinos
Segundo seu criador, Randell
Mills - um dos poucos pesquisadores independentes que se mantiveram
interessados na fusão a frio - seu dispositivo, batizado de SunCell,
gera energia fundindo átomos de hidrogênio em "hidrinos", um termo
que ele próprio criou e até patenteou.
De acordo com Mills, o gerador
produz uma "quantidade enorme de energia", o suficiente para
alimentar carros elétricos, navios e residências a uma fração de qualquer
tecnologia atual. E tudo sem gerar nenhum poluente.
"A célula produtora de
plasma SunCell foi inventada para transformar esta fonte fundamentalmente nova
de energia primária à medida que a saída elétrica usa um catalisador para fazer
com que os átomos de hidrogênio das moléculas de água transitem para o estado Hydrino
de menor energia, permitindo que seus elétrons caiam para um raio menor ao
redor do núcleo.
"Isso resulta em uma
liberação de energia que é intermediária entre as energias química e nuclear, e
um produto não-poluente. A liberação de energia do combustível H2O, que pode
ser obtida até mesmo a partir da umidade do ar, é 100 vezes vezes maior do que
a quantidade equivalente de gasolina de alta octanagem," informa a empresa
em seu site.
Ceticismo e pragmatismo
De acordo com a Sociedade de
Química Norte-Americana, "muitos cientistas lançam sérias dúvidas sobre o
dispositivo e esperam outro desapontamento".
Outros, porém, acham melhor
esperar, sobretudo as equipes independentes - fora dos laboratórios
universitários - que continuaram a trabalhar na fusão a frio nos últimos anos.
Sobretudo porque esperar até o ano que vem para ver se as promessas se cumprem
não parece ser uma espera tão longa para quem trabalha com a ideia às
escondidas há quase 30 anos.
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